É, eu sou amigo da Kath.
Um dia, estávamos conversando sobre ela. E ela me contara que se achava a menina mais bonita da classe. E é mesmo. Kath tinha cabelos ruivos, labios desenhados e um corpo encantador. Qualquer menina de lá da turma dava tudo pra ter um corpo daquele. Mas, Kath me fez uma pergunta que me deixou pensante: Você acha que eu sou bonita?
Eu conheço Kath, e ela nunca faria isso. Perguntar se ela era bonita? Nunca. Ela esnobava os garotos por causa de seus olhos verdes, deixava as garotas de boca aberta quando passava... Era uma modelo.
Dois dias depois eu descobri que aquela menina que esnobava a todos foi rebaixada por uma simples frase: Você não merece estar onde você está.
Kath ficou arrasada, começou a entrar no 1° estágio de depressão. Começou a sofrer, a culpar a seus pais por nenhum motivo. Kath não era nada.
Ela começou a se tratar e, ao decorrer do tratamento, ela percebeu que um corpo bonito é a mesma coisa que uma página em branco. Sem conteúdo. O que eu tenho pra oferecer a este mundo além de um corpo bonito? Ela sempre se perguntava isso. E ficou nessa indagação há meses, quando descobriu que tinha o dom de pintar telas. Kath você já encontrou sua resposta? Eu perguntei a ela um dia, quando estava pintando. Não, não encontrei ainda uma resposta. Mas, sim uma bela pista para construir o que sou: Beleza não é tudo. O conteúdo é que vale.
